sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Todo carnaval tem seu fim.

Era segunda-feira de Carnaval, dia 15 de Fevereiro de 2010, ela de Ribeirão Preto, ele de Sertãozinho. Eles se conheceram, dançando funk. E ficaram. E ficaram juntos no dia seguinte também, mas ela precisava voltar pra sua rotina, e ele também. Houve a troca de telefones e ela pediu, na brincadeira, mas com fundo de verdade, que ele lhe mandasse mensagens, porque ela, como toda garota, adorava recebê-las! E ele o fez no dia seguinte, e no seguinte e no seguinte. E então, quatro dias depois ela o convidou pra conhecer o que ela achava que tinha de melhor, um mundo particular escondido atrás de um solo de guitarra, uma banda qualquer, mas que ela não conseguia viver sem. Era apaixonante ver o quanto era especial pra ela que ele conhecesse essa bolha de sabão. Não parecia nada, mas era o primeiro passo. E mais uma tarde no shopping, e quatro ou cinco horas de conversa jogada fora, e pra ela, importante saber que ele se interessava por ela. Importante até demais. Porque ele sumiu, sem nem um tchau, sem nem um tapinha nas costas, ele apenas sumiu. Mas ela precisava continuar e continuou sua vida de estudante tentando se tornar universitária!
E exatamente três meses depois, ele volta, com um beijo no pescoço e a cara mais lavada do mundo. A raiva e a felicidade brigavam dentro dela, que não sabia se deixava seu orgulho resolver a situação, ou seu coração abalado que comandaria tudo. E ele notou, com tanta facilidade, que a deixava desconfortável. Mas ela foi implacável, e o mais dura possível, mas não conseguiu evitar muita coisa, e um beijo rolou, e mais um, mas ela sabia que o chão onde ela pisava era incerto e duvidoso, e ela não gostava disso. Ela precisava de certezas, de estabilidade e ele não lhe proporcionava essa estabilidade, mas ao contrário, só representava aventura e loucos amores. Ela tinha medo de um sumiço repetido, de um coração partido novamente. Ela não confiava nem nele, nem nela, nem em nada daquela relação. Ela tinha medo e perder ele de novo seria duro demais. Mas mesmo assim, ele insistiu, e deixou uma rosa na porta da casa dela, com a música que ela adorava, mas mesmo sem saber que era ele, ela queria que fosse, e queria também que toda a letra daquela música traduzisse o que ele sentia. Mas não sei se esse desejo foi atendido. Mas a flor foi ele quem dera! “O medo cega os nossos sonhos”, realmente!
E assim foi indo, a festa de aniversário da amiga, a baladinha open, o açaí com o outro casal e a vontade dela de tê-lo cada vez mais perto, e cada vez mais para ela. O dia que ele ensinou física pra ela, e o final da aula, abraçados e o cheiro dela nele durante a aula. Só os loucos sabem. Dormir lendo as mensagens e a sensação de que ele estava ao seu lado, ou pelo menos que estava pensando nela. Mas o medo ainda falava mais alto que o sentimento. E no churrasco com o pessoal da sala dela. Foi bem mais do que o esperado, e foi bem melhor. Mas ela nunca conseguiu estar segura para se entregar completamente, e isso deixava bem triste, mas ele parecia não se importar, e isso a incomodava. Parecia que ele não a queria, que só o pouco que ela lhe oferecia estava bom. Menos para ela. Machucava mais porque ela queria tudo que ele podia lhe dar. E no dia 27 de Junho, ela não pode mais suportar, e fez o que ela não imaginava conseguir. Mas essa separação não durou tanto, ela não aguentou ficar longe dele mais que 18 dias, e no rodeio de sertãozinho, eles ficaram juntos, mas precisavam conversar. E na quinta-feira seguinte, ela era a pessoa mais feliz, novamente ao lado dele. Ele se foi, mas havia voltado de novo.  As férias passaram voando e dia 19 de Agosto, ela precisava aprender física, e ele ensinou e aquele dia, se pudesse, ficava com ele, abraçada por toda a eternidade, sem um minuto a menos. E agora ela pensa que de tanto querer ele, ele se foi. Ele escapou por entre os dedos, como acontece quando seguramos muito forte a areia em nossas mãos. E depois daquele dia, ela nunca mais o teve novamente, nunca mais pode sentir o calor do seu abraço. E isso faz falta demais para ela, e a única coisa que preenche esse vazio é ler as mensagens apaixonadas que ela salvou no celular e ouvir a música que ela acha que é deles, mas não sabe ao certo. Só os loucos sabem, realmente. E agora, nem o gol do seu São Paulo querido, às 23h31 da noite, não deixa tão feliz como quando ela ficava do seu lado. Como quando brincavam de lutinha na porta da casa, ou simplesmente falavam de cartola. Ele foi especial para ela. Ela eu não sei se foi especial para ele.