''... Aquela hora eu estava calma, mas o assunto que se iniciará não era tão agradável, a menos para mim. Começaram a discutir quem ganharia mais presentes, e após uma lista imensa de presentes que o 'Papai Noel' deixaria em suas portas, tiveram a ousadia de dizer que esse natal seria meio 'pobrezinho'. Minha vontade de gritar para todo mundo naquele shopping ouvir era imensa, minha vontade era fazer um belo discurso, falando do que muita gente passa no Natal, sem uma ceia adequada, e sem uma visitinha se quer do 'Papai Noel', que muitos sofrem por não ganharem uma cesta básica, ou material escolar, ou até um emprego para seus pais, moram em barracos, mas apesar de tudo, vivem melhor do que elas que só sabem comprar, gastar e pedir! Mas apesar do fogo subir e a minha vontade só aumentar, refleti antes...
- O que adiantaria eu falar tudo isso para elas? Elas, no máximo, ficariam chocadas com a minha atitude, diriam que nada poderia ser feito, apesar de terem condições de ajudar milhares de crianças desamparadas, e logo após de toda essa ceninha, ririam de mim, dizendo: ''Como você é tola, como você é tola!''. Melhor me calar. Disse em pensamento.
E foi o que fiz, olhei para o teto e deixei elas falando dos seus caros, bonitos e numerosos presentes, que para elas seria pouco! Mas apesar de não falar nada, perceberam minha mudança de comportamento e perguntaram o que havia acontecido. Minha vontade era de gritar que elas eram ridículas, patéticas, sem moral, egoístas, sem caráter e tudo que me viesse a cabeça, mas disse apenas ''Nada'' e contei uma piadinha. E assim tudo voltou ao normal, menos aqui dentro de mim. A vontade de ajudar, vontade de mostrar ao mundo o que se passa, vontade de ensinar a quem não sabe, ou tem medo de saber o que é de verdade o natal, qual seu real significado, e dizer pra todo mundo que não é só de dinheiro que se vive o homem!''
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