[...]
- Por que você perde tanto tempo olhando pra esse prédio mal feito?
Ele exitou um instante, acreditando não ser pra ele aquela pergunta, mas só havia ele, logo, só ele poderia responder! Então, pensou por alguns segundos, ainda observando o prédio. Logo se virou e disse:
- Eu fico a espera de pessoas interessantes como você para imaginar como é a vida. Digo, por nada afinal, só para colocar as ideias no lugar.
Ela engoliu a seco a resposta, não esperava ouvir aquilo, mas logo revidou:
- E você encontra sempre pessoas assim?
Ele parou pra pensar e chegou a conclusão que sim, entretanto, não foi o que respondeu:
- Não, algumas pessoas andam como se não tivessem para ir, ou sem saber que estrada é as que seguem, isso deixa-as sem brilho, sem sonhos. Já, pessoas como você, não! Andam como se buscassem um sonho, e isso que me interessa. Entende?
Ela, admirada pelo que acabará de ouvir, se encontrou sem resposta, mas nem por isso, sem palavras:
- Impressionante.
- O quê? - ele pergunta sem entender.
- O que você acabou de dizer! Impressionante como alguém é capaz de captar as coisas, e dar-lhes uma definição significativa, sabe? Diferente de ti, muitas pessoas só acreditam no que ouvem no rádio, ou leem no jornal e revistas. Não têm discernimento algum! E isso me irrita profundamente!
- É, conheço muitas pessoas assim, elas rendem boas histórias, mas todas terminam da mesma forma, sem graça. A não ser que alguma coisa mude-as durante o trajeto.
- Coisa bem difícil de acontecer, não é?
- Algumas vezes, sim! Mas, agora, eu que pergunto. Por que a curiosidade sobre minha perda de tempo?
E ela se calou por alguns instantes, segundos, minutos. Se sentia constrangida em dizer qualquer coisa, e ficará tão vermelha que era notável sua vergonha. No entanto, respondeu mesmo assim:
...[continua]...
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