segunda-feira, 6 de julho de 2009

[...]
- Não é a primeira vez que lhe vejo, parado, olhando atentamente para o prédio. Moro naquele apartamento. - e apontou para uma janela no 5º andar, cheia de flores e com um sofá cor marfim.
Então ele olhou e descobriu que nunca havia reparado naquela janela, e se culpou, e tentou descobrir o porquê. Mas não encontrou resposta.
Ficaram em silêncio, observando tudo, e todos. Quando um senhor, caminhando vagarosamente apontou no hall do prédio e ela perguntou:
- Me diga, que estória daria a este senhor?
- Ah, vejamos. Ele aparenta ter uma vida leve e calma, como muitos idosos que por aqui moram. Ele daria um bom protagonista de um amor para sempre, onde ele viveria até o fim dos dias com a mulher de sua vida, e quando ela partisse, ele iria junto! Entende?
- Sim, entendo. E acho que você está errado! - e ele a olha curioso
- Como errado?
- É, eu acho que ele deve ser um daqueles senhores que vivem sozinho a muito tempo, sentados no sofá da sala jogando cruzadinhas, com uma música, algo como Beethoven, Haydn ou Mozart, sem pressa pra nada, sem lembrar de quase nada, sem um ritmo. E agora, está indo até a banca de jornal, comprar uma nova cruzadinha.
E ele então a olhou carinhosamente, sentindo vontade de beijá-la, mas conteve-se e disse:
- Preciso ir - disse, levantando-se - gostaria de ficar por mais algum tempo, mas não posso! Mas já sabe, se quiser me encontrar, basta sair do seu casulo. - e deu uma leve risada.
- Ah, que pena. Mas nos vemos por aí, quando o destino permitir, não é?! - e levantou-se, rumo ao prédio.
- Hey, não espere o destino! Ele nos prega peças muito terríveis. - E foi embora!

Em ambos, os sentimentos que ficará era o mesmo, ou quase o mesmo! Sentimentos confusos que faziam não conseguir pensar em mais nada depois daquele encontro. Mas, como ele dissera, o destino o pregará uma peça desagradável.
Por alguns meses, ele não conseguirá voltar naquele lugar; Seu trabalho estava lhe tomando quase todo o tempo e isso o deixava triste, e com saudade da companhia da bela moça!
- Nossa, como fui grosseiro, não perguntei nem ao menos o seu nome! Como sou patético!
Ele perceberá o erro que cometeu, mas, como poderia consertar?

...[continua]...

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